Filho e esposa são 'malas' pesadas que Trump e Netanyahu carregam

Em paralelo, corre a versão de que Sara esteja nos EUA para tratamento de saúde.

Por outro lado, o site ambiental conhecido como Europa Verde difundiu imagens, e os jornais europeus as replicaram, do filho de Trump disparando em patos selvagens na adriática laguna de Veneza (Itália), sem licença de caça.

Para piorar sua situação, Donald Trump Júnior matou uma ave rara protegida em toda a Europa, a Tadorna Ferruginea.

Sara Netanyahu

Sara Netanyahu, 66 anos, é psicóloga de formação. Terceira esposa de Bibi, convive com ele há mais de trinta anos e participa ativamente das atividades políticas do marido.

Bibi Netanyahu e o rebento envolveram-se em um rumoroso caso de corrupção. Tentaram até reformar o Judiciário israelense para o julgamento do caso de grave crime comum (e não político) ser feito pelo Parlamento, onde Bibi tem maioria.

Sara também resolveu entrar em cena.

Segundo denúncia em apuração pelo procurador Gali Baharav Miara, Sara ordenou à secretária de Bibi, a já falecida Hanni Bleiweiss, o início, por baixo dos panos, de uma campanha online voltada a desmoralizar a testemunha-chave do caso.

Yair Netanyahu, o filho acusado de corrupção em coautoria com o pai, já se encontrava nos EUA faz tempo.

Com a convocação de reservistas para a guerra de Israel contra o Hamas, Yair teve de voltar, depois de forte pressão popular, e virou motorista de ambulância por um tempo.

Além Trump, Netanyahu deverá se encontrar com Sara nesta terça-feira (4), numa situação constrangedora, dado o indiciamento dela em inquérito por constranger testemunha.

Antecedentes criminais

Sara foi acusada de ter usado verba pública, US$ 50 mil, para pagar serviço de "catering" (comida pronta acompanhada de envio de pratos, talheres e toalhas) para a residência oficial de Bibi.

O problema é que Sara já havia contratado um chef para preparar as refeições da residência oficial, e ele fazia isso diariamente.

Diante da acusação criminal, Sara fez uso do direito premial, uma espécie de "plea bargaining" norte-americana e de "patteggiamento" italiano.

Em troca de não ser condenada e não receber pena, Sara declarou-se culpada.

Tanto nos sistemas norte-americano e italiano quanto no israelense (cópia dos dois), a decisão judicial homologatória do acordo tem natureza de condenação. Isso porque a acusada, no acordo, reconhece a sua culpa ("plea of guilty"): Sara confessou.

Caso a nova investigação vire processo criminal, ela não será considerada ré primária.

A investigação foi iniciada pelo Ministério Público com base em apuração parlamentar, a cargo da deputada Naama Lazimi, do Partido Trabalhista.

Patos mortos

A legislação italiana proíbe a caça por estrangeiros e turistas. Os nacionais precisam de autorização.

Donald Trump Júnior, de 47 anos, participou ativamente da caçada de patos selvagens protegidos, com tiros de espingarda, conforme mostra vídeo armazenado na plataforma Field Ethos- The Global Hunt For Adventure.

Atenção: típica caça covarde em ação não mais considerada esportiva, mas predatória. Nas Olimpíadas, o antigo "tiro ao pombo (ave)" foi extinto.

Trump Jr. esteve em Veneza em dezembro. Só agora, com ele bem distante, divulgou-se o vídeo sobre crime ambiental.

Pano rápido e malas

A esposa Sara, uma condenada, envolveu-se em outro escândalo, acusada de constranger e desmoralizar com fatos falsos uma testemunha-chave. Por enquanto, goza da presunção de inocência, mas, pelo jeito, vai preferir a revelia, ficando nos EUA, sob proteção trumpista e sem extradição.

Trump Jr., em pleno século 21, ainda possui mentalidade medieval e sai atirando em patos selvagens em outro país, desobedecendo proibições ambientais.

No jargão popular, Sara e Júnior são "malas sem alças e rodinhas".